O Buda estava um dia no jardim de Anathapindika, na cidade de Jetavana, quando lhe apareceu um Deva (espírito da natureza) em figura de brâmane e vestido de hábitos brancos como a neve, e entre ambos se estabeleceu o seguinte “duelo”:
    O Deva: – Qual é a espada mais cortante?
    Ao que Buda respondeu:
    - A palavra raivosa é a espada mais cortante.
    - Qual é o maior veneno?
    - A inveja é o mais mortal veneno.
    - Qual é o fogo mais ardente?
    - A luxúria.
    - Qual é a noite mais escura?
    - A ignorância.
    - Quem obtém a maior recompensa?
    - Quem dá sem desejo de receber é quem mais ganha.
    - Quem sofre a maior perda?
    - Quem recebe de outro sem devolver nada é o que mais perde.
    - Qual é a armadura mais impenetrável?
    - A paciência.
    - Qual é a melhor arma?
    - A sabedoria.
    - Qual é o ladrão mais perigoso?
    - Um mau pensamento é o ladrão mais perigoso.
    - Qual o tesouro mais precioso?
    - A virtude.
    - Quem recusa o melhor que lhe é oferecido neste mundo?
    - Recusa o melhor que se lhe oferece quem aspira à imortalidade.
    - O que atrai?
    - O bem atrai.
    - O que repugna?
    - O mal repugna.
    - Qual é a dor mais terrível?
    - A má conduta.
    - Qual é a maior felicidade?
    - A libertação.
    - O que ocasiona a ruína no mundo?
    - A ignorância.
    - O que destrói a amizade?
    - A inveja e o egoísmo.
    - Qual é a febre mais aguda?
    - O ódio.
    - Qual é o melhor médico?
    - O Buda.
    O Deva então faz sua última pergunta:
    - O que é que o fogo não queima, nem a ferrugem consome, nem o vento abate e é capaz de reconstruir o mundo inteiro?
    Buda respondeu:
    - O benefício das boas ações.
    Satisfeito com as respostas, o Deva, com as mãos juntas, se inclinou respeitosamente ante Buda e desapareceu.